domingo, 7 de fevereiro de 2010

Obra do Amor de Deus

“A Paixão de Cristo é a mais estupenda obra do Amor de Deus”
(São Paulo da Cruz).


É à sombra do Amor de Deus que se encontra o Porquê do chamado divino que ousamos responder como aprendizes deste mesmo Amor. Não sabemos bem por onde, mas como discípulos que muito têm a aprender, arriscamos os primeiros passos. Hora confiantes, hora vacilantes; abandonamo-nos a quem seguimos. E mesmo quando no colo, pensamos caminhar a passos largos.

Procuro não entender tudo o que acontece no conduzir da vida, para não perder o essencial das entrelinhas que se apresenta apenas para quem perde-se em contemplação de coisa qualquer, sem pretensões de ser alguém importante o bastante para ser visto e ouvido por todos. Como diz o grande poeta Fernando Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro... Sê tudo em cada coisa. Põe quanto és em tudo que fazes...” Com ele reflito na busca do que há em mim e em cada um de nós: maior seremos, quanto menos nos importarmos com isso. Menor seremos, quanto mais subirmos à montanha, pois que ficamos menos visíveis quando mais distantes dos olhos dos outros.

O mais importante é jamais perder de vista aqueles olhos que nos olharam e, contemplando a nossa existência, derramou-se feito um óleo de puro nardo sobre nós, chamando-nos para si e em seu amor amou-nos até o fim. O Amor Crucificado nos indica para onde devemos subir: para o alto do Calvário, se necessário, para salvar um irmão. Nunca, jamais, por amor próprio ou por pura exaltação.

Neste tempo favorável o convite é claro: que nenhum irmão vá para o Calvário sem a nossa companhia! Da mesma forma, na alegria daquele Primeiro Dia, ninguém se afobe em agonia, nem trame chegar mais cedo para ver o rolar da pedra, pois correrá o risco de não vê-lo, visto que se encontre com os que para trás ficaram.

Estas palavras mal escritas e bem pensadas, querem ser de Paixão e de Ressurreição. Ainda, de saudade e de liberdade. Se te fez refletir sobre a grandeza do que és e do chamado que te foi feito, já cumpriu seu destino. Pois, o fim de cada palavra humana é ressoar no interior de nós e perder-se junto com os perfumes floris-efêmeros dos jardins.

No Amor Crucificado,
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(Ir. Isaac Oliveira,CP)

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