Junto aos rios de Babilônia nos sentamos e choramos, com saudades de Sião. Nos salgueiros de suas margens penduramos nossas harpas” (Sl 137,1-2).
Quantas vezes estivemos às margens
Do rio de nossas lágrimas?
Sentados e com os olhos embaçados
Chorávamos e queríamos chorar!
Era sofrer da busca
Era angústia da distância...
Não poucas vezes pediam:
“Cantem, enxuguem as lágrimas!
Não fica bem demonstrar tristeza!”
Mas como enxugar um rio
Que se formara de dentro?
Como dizer a coração:
“Cale-se, não sinta?”
E queríamos desistir...
Pendurando nossas harpas
Feito cantor, cansado, sem inspiração
Pássaro ferido, sem ninho
Como aquelas notas, sem canção
Mas o caminho chamava....
A missão inquietava...
E aquela mão estendida...
E aquela terra seca...
Continuavam lá...
E ouvíamos como que gemidos
De um povo de Deus-Libertador
Que nos escolheu, nos chamou
Que permite que choremos
Que nos arrependamos, às vezes
Mas que ouve
E Deus que ouve
Sente...
E desce...
Outras vezes choraremos
Outras vezes estaremos às margens
Deixando chinelos e cajados...
Mas todo rio corre
Todo rio se renova
Novos aquedutos...
Não poucos os canais...
E nos levantamos
Caminho chama...