quinta-feira, 15 de julho de 2010

Às Margens deste Rio


"Junto aos rios de Babilônia nos sentamos e choramos, com saudades de Sião.
Nos salgueiros de suas margens penduramos nossas harpas” (Sl 137,1-2).

Às margens deste rio que passa por mim, penso no rio de minhas lembranças que vai em aqueduto, desviando-me do curso que me leva à paz de teu seguir. Com experiências revividas de meu exílio cotidiano, fixo minha atenção na historia de um povo de Deus libertador e o seu sofrer me inquieta...

Quantas vezes estivemos às margens do rio de nossa Babilônia? Quantas vezes o vimos caudaloso pelo sangue derramado pelas guerras inúteis? Quantos litros de petróleo valem uma lagrima de uma criança em meio a um bombardeio? Quantos milhões poderiam pagar a perda de um filho? Se existem respostas e você as têm, guarde-as. Para mim a resposta fica no ar e sobe como incenso de pólvora até o céu. E se existe um Deus da guerra, que ele ouça as preces sanguinárias de seus seguidores, dizendo que chega de tudo isso.

Queremos que este rio, que estas águas sejam fonte da vida, como no Princípio. Que dela surja a esperança de uma nova vida na Terra. Queremos nos banhar nestas águas, percebendo que elas já não são as mesmas e que há muito foram purificadas.

Como sinal de arrependimento, choremos às suas margens, adubando este chão de contradições e desigualdades e fazendo dele chão fecundo, terreno próprio para germinar a nova vida. Só assim poderemos cantar nossos hinos de amor e gratidão. Não como folclore para se ver, mas como manifestação viva de nossa alegria e fé na vida que brota do Trono de Deus.

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