quinta-feira, 15 de julho de 2010

Exílio... O Caminho Chama...


Junto aos rios de Babilônia nos sentamos e choramos, com saudades de Sião. Nos salgueiros de suas margens penduramos nossas harpas” (Sl 137,1-2).



Quantas vezes estivemos às margens

Do rio de nossas lágrimas?

Sentados e com os olhos embaçados

Chorávamos e queríamos chorar!

Era sofrer da busca

Era angústia da distância...

Não poucas vezes pediam:

“Cantem, enxuguem as lágrimas!

Não fica bem demonstrar tristeza!”

Mas como enxugar um rio

Que se formara de dentro?

Como dizer a coração:

“Cale-se, não sinta?”

E queríamos desistir...

Pendurando nossas harpas

Feito cantor, cansado, sem inspiração

Pássaro ferido, sem ninho

Como aquelas notas, sem canção

Mas o caminho chamava....

A missão inquietava...

E aquela mão estendida...

E aquela terra seca...

Continuavam lá...

E ouvíamos como que gemidos

De um povo de Deus-Libertador

Que nos escolheu, nos chamou

Que permite que choremos

Que nos arrependamos, às vezes

Mas que ouve

E Deus que ouve

Sente...

E desce...

Outras vezes choraremos

Outras vezes estaremos às margens

Deixando chinelos e cajados...

Mas todo rio corre

Todo rio se renova

Novos aquedutos...

Não poucos os canais...

E nos levantamos

Caminho chama...

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